ÉTICA , FELICIDADE, ARETE E EUDAIMONIA

10-10-2010 14:43

 

           Através de Platão, Sócrates, ilustra que a aspiração do homem ao bem, faz o mesmo tomar consciência de si e de suas ações pautadas no bem ( que ele considera a felicidade da alma) e por conhecer e reconhecer este bem, não pode fugir de praticá-lo. Esta atitude torna sua moral virtuosa e ele alcança a felicidade ao exercita-la. Aristóteles é mais enfático ao dizer que a felicidade é o objetivo do homem moral e esta é uma atividade da alma humana. Também afirma que aquele homem que alcança o bem utilizando-se das virtudes heróicas alcança a felicidade. Ambos partem do princípio das virtudes, posto que a virtude, em seu contexto, é entendida como o sumo bem reconhecido por todos. Moral boa é a moral virtuosa e o que é bom traz a felicidade ao homem.

Os epicuristas pregam  o prazer como o caminho da felicidade mas sugerem, para resolver o dilema moral a moderação, uma das virtudes. A ataraxia estóica é outro caminho mas foge do dilema moral.

 

Platão indica o caminho para a solução do dilema no princípio grego da eudaimonia, ditada pela areté e que pelo uso da razão, indica o caminho da felicidade. Está na  estrutura eudaimonia + arete = ética = felicidade o raciocínio ético platônico.

 Paula Inácio, Analisando a postura aristotélica demonstrou a fusão proposta quando citou:

“O homem verdadeiramente virtuoso continua agindo virtuosamente mesmo diante das vicissitudes da vida, e a esse homem podemos verdadeiramente chamar de feliz.

O homem não pode contar com a vida para que seja feliz, pois somente com a morte teremos certeza de não precisar mais enfrentar males e infortúnios, o homem nunca está certo sobre o que o espera, então é preciso bem agir sempre, independentemente do futuro que o espera. O homem feliz será sempre apreciado, pois agirá sempre virtuosamente, mesmo diante de infortúnios, ele aceita a dor com resignação, não por insensibilidade, mas por grandeza de alma.”1

    Quem nos deu uma luz sobre a questão entre moral e felicidade foi Kant quando citou que  A vida moral torna-nos dignos de ser felizes mas não constitui um passaporte para a felicidade.”2

     Da mesma maneira, “Uma outra razão para a felicidade não poder ser universalmente definida é dada na Crítica da Razão Prática: Kant explica que a felicidade de cada pessoa depende de suas fontes particulares de prazer. Conseqüentemente, o que conta como objeto de prazer para alguém pode não ser um objeto de prazer para uma outra pessoa. Além disso, o que produz prazer e desprazer pode mudar com o tempo: “Aquilo no qual cada um coloca sua felicidade depende de um sentimento particular de prazer e desprazer de cada um, e, mesmo num mesmo sujeito, de necessidades que mudam conforme este sentimento muda”( KpV, 5:25 ).”3

    Os caminhos são muitos e diversos, por isso a ética e moral caminham juntas, tão mutantes quanto seu conceituador: o homem. Elaborar uma ética final é determinar o homem como objeto acabado e finito em suas possibilidades e assim determinar o necessário à sua felicidade também seria encontrado nessa finitude. A ética e a moral não existem uma sem a outra. São origem e  caminho da completude feliz do homem eternamente incompleto.

 Autor: Marcelo Ferreira, discente de Filosofia e Técnico em Eletrônica.

 

    Obs: Este artigo pode ser utilizado para pesquisa, desde que citada sua fonte.

Referências Bibliográficas:

1https://www.consciencia.org/a-etica-de-aristoteles-virtude-felicidade-moral acesso 02/10/2010 20:41

2https://www.eses.pt/usr/ramiro/Kant.htm acesso 02/10/2010 20:46

3https://www.cfh.ufsc.br/~wfil/feli_benif.pdf acesso em 02/10/2010 20:48